terça-feira, 21 de outubro de 2008

Papinho 'chapa-branca': uma bela bosta

Na condição de grande pesquisador do comportamento humano, nunca perdi a oportunidade de denunciar um dos tipos mais picaretas de nossa espécie: o “chapa-branca”. Ele é aquele cara calmo e conciliador, que raramente traz algum tipo de fissura no discurso. Por trás daquela vaselina toda enxergamos um hediondo cagaço em dizer o que realmente pensa, com medo de desdobramentos nefastos cujas implicações vão desde uma vermelhidão facial até a falência de toda uma reputação profissional ilibada. No Brasil, o papo chapa-branca é parte da cesta básica, e começa com a nossa patética classe média, que deixa de abrir o berreiro porque tem medo de perder o empreguinho e morrer de fome, passando por notórios babaquaras televisivos, expelindo litros de reflexões precárias num espaço anômico e alheio à argumentações mais consistentes. Se posicionar é um desgaste absurdo na sociedade do medo, doravante faz-se um acampamento em cima do muro e uma enorme torcida para não ser interrogado.



MUITO caco de vidro nos pés dessa galera.

Um comentário:

J disse...

"O termo chapa-branca, de modo geral, passou a expressar a postura da entidade ou da pessoa que detém o poder, herdando o velho sentido pejorativo que lhe trouxe a venialidade mal perdoada. Ato ou ação oficial passou a ser chapa-branca, o que associa à expressão o sentido de representar coisas ligadas ao poder ou a ele vinculadas por ideologia, interesses ou algo inconfessável, sem que, necessariamente, coincidam com a vontade ou com as necessidades da Nação."