sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Desperdício

Depois de acender, com um fósforo, o cigarro prontamente cedido pelo dono do bar, avistou um cinzeiro do outro lado daquele amontoado de mesas acopladas. Antes de pedir a um dos muitos amigos presentes que o passasse, pensou: “por que não?” Arremessou o fósforo apagado com a confiança de um predestinado. Quando o palito, depois de viajar pelos ares, aterrissou em cheio naquele amontoado de cinza alheia, um sorrisinho lhe escapou pela boca. Passou os olhos por todo o circuito da mesa - que, na verdade, eram várias -, buscando alguma admiração pela sua façanha. Mas seus companheiros não enxergavam nada, além de viagens, mulheres e futebol.

Nenhum comentário: