terça-feira, 11 de novembro de 2008

Corpo Estranho

Tentaram de todas as formas exterminar o corpo estranho. Passaram álcool. Jogaram desinfetante. Cutucaram. Deram chutes, cabeçadas, pisões com toda força. Rasparam com gilete. Lixaram com uma lima. Tentaram esmagar com uma marreta. Deixaram cair uma bigorna do décimo andar. Fizeram furos em toda sua superfície. Atiraram pedras, tijolos. Deram machadadas. Defumaram. Desidrataram. Derramaram ácido sulfúrico. Atropelaram. Passaram por cima, deram ré, passaram de novo. Com um rolo compressor. Contrataram atiradores de elite. Soltaram cães hidrofóbicos em sua direção. Injetaram vírus. Dispararam lasers. Tacaram gasolina e, em seguida, fogo. Arrumaram um lança-chamas. Incineraram tudo a sua volta. Usaram dinamite. Explodiram uma bomba. De Napalm. Em vão. Frustrados, desistiram. O corpo estranho continuou lá. E pensar que ninguém teve a bendita idéia de simplesmente resgatá-lo.

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