quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MEMENTO




amigos, irmãos. Tomem vitassay, TAFFMAN-E, pois o que importa é lembrar. Esqueçam coerência, rigidez moral, excercícios sufocantes e repetitivos, sentimentalismo barato e orgulho frouxo. Escrevo porque lembro de escrever, porque lembro de sentir, porque lembro de que sentir falta é o grande postulado. Toda a tua habilidade de conectar, articular e organizar seu discurso, sua massa crítica e tua voracidade amorosa está atrelada ao que você lembra do que é importante guardar. Memória, só isso nos pertence. Servir-se da própria inteligência e beber a sopa da tua história. Neste exato momento você mal consegue processar tudo o que ocorreu desde o nascimento,embricando com tudo aquilo que se projeta pro depois e eclode na doença da civilização ocidental: a obsessão pelo transcender. Esquecer o deslocamento compulsivo pelo o que evoca às frustrações do passado e à expectativa em relação ao futuro. Viver com a robustez da lembrança e só. Vigor físico para caminhar e vigor intelectual para registrar a caminhada. Vive mais quem lembra mais, premissa basilar. Lembrar de suas habilidades, do que as pessoas queridas disseram, de onde você guardou tudo aquilo que te espanta e te emudece, lembrar desse fio condutor invisível que construiu essa coleção de acidentes inexplicáveis que é a sua trajetória pessoal. Lembre-se, babaca. Memória é tudo. E estamos perdendo para qualquer computador.

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